às vezes, dar errado é dar certo.

meu coração tem guardado emoções que não têm definições em palavras incapturáveis pela minha língua, elas se amontoam nas borboletas na minha barriga e no calor que se espalha pelo meu peito e no sorriso no meu rosto eu sempre briguei com meu coração me fiz só palavra me desesparramei e coloquei uma etiqueta que disesse exatamente aquilo que eu era e aquilo que deveria ser acho que eu só fiz isso porque acreditei que eu sentia demais aprendi a andar pelo mundo com a cabeça, a tomar decisões com base no mais provável de ser a tangenciar desastres e prever o caos antes mesmo dele acontecer a tomar medidas pra que as coisas ficassem em pé como se meu cérebro carregasse o peso do mundo mas o mais engraçado é que as escolhas mais acertadas que eu já fiz na vida foram aquelas que eu tomei por conta de uma certeza inconfundível inegável profunda e irracional de como as coisas deveriam seguir contra todo conselho contrárias a todas as indicações avessas às probabilidades mas de algum jeito, certas. entre a pretensa racionalidade e objetividade do meu cérebro e as vontades e alegrias e desejos mais profundos do meu coração, existem abismos. na maioria dos meus dias, o cérebro vence. mas quando deixo o coração ganhar... aiai, às vezes não tem nada melhor do que estar errada.